Nós estamos em uma era onde todas as pessoas acabam sendo representadas de alguma forma nas histórias em quadrinhos. Seja pela etnia, opção sexual, gênero, ideia politica, classe social e por ai vai. Nem sempre todas representações são bem aceitas por aqueles com ideias contrárias que elas querem passar, ou simplesmente não aceitam por mudar algo ao qual já se apegaram.
Mas, existe um grupo de pessoas, muitas delas fãs de quadrinhos, nunca viram esse grupo ao qual fazem parte ser representado em histórias como heróis, como se eles não fossem capazes de ser.
Infelizmente esse grupo de pessoas porta um dos piores males do século XXI, e que até hoje ainda sofre preconceito de TODOS os tipos de pessoas. Apenas agora em 2017 temos uma heroína que representa esse grupo de pessoas, que servirá de enorme ajuda para crianças que sofrem desse mal desde muitos jovens. Essa heroína é Jessica Cruz, uma das Lanterna Verdes da era Renascimento da DC.
Jessica é uma heroína que foge completamente dos padrões dos heróis que estamos acostumados, desde os mais antigos até os mais atuais.Não é pela sua cor, opção sexual, gênero, país natal e etc, ela se diferencia pelo seu psicológico, sendo uma personagem que sofre de TAG (Transtorno de Ansiedade Generaizade) e Síndrome do Panico.
Por mais que muito irão dizer que isso não é representatividade, que pessoas que sofrem disso não sofrem preconceito, vai um aviso. Assim como eu, não sei como é sofrer preconceito por ser gay ou mulher, quem não tem esses problemas não sabe como é difícil o dia a dia de quem é "escravo" dessas doenças e como os preconceitos atrapalham e muito, não só a vida dessas pessoas, como a melhora também.
Mas como Jessica adquiriu esses problemas ?
Após ela e seus amigos testemunharem um assassino enterrando sua vítima, eles foram perseguidos pelo assassino, que matou todos seus amigos. Jessica se escondeu durante várias horas até ter certeza que estava a salvo. A experiência foi tão negativa e traumatizante para a jovem, que ela adquiriu Síndrome do Panico e TAG desde então, vivendo com medo de tudo e todos, se trancando em seu apartamento (literalmente), se excluindo de círculos sociais e se afastando até mesmo de sua família.
E como ela se tornou uma Lanterna ?
Na Terra 3 da DC, o planeta ficou sob o poder do Sindicato do Crime e um de seus integrantes, o Anel Energético acabou falecendo e assim como os anéis do universo original fazem, saiu a procura de um substituto. Mas ao invés de procurar alguém com força de vontade para combater qualquer obstáculo, o anel procurou a pessoa que mais possuía medos e não os encarava, achando assim Jessica. Não só seus medos, mas eles somados a sua raiva por ver seus amigos morrerem e não fazer nada foi o que de fato trouxe o anel até ela, fazendo dela até então uma vilã, mas com a ajuda do Batman, ela conseguiu superar a entidade por trás dos poderes do anel, tornando assim uma membro da tropa dos lanternas verde.
Mas por que escolheram o mando de Lanterna Verde para representar alguém com esses problemas ?
Pensem comigo. Personagens como Superman, Batman, Mulher Maravilha, Flash, Aquaman e muitos outros, não dependem de suas emoções para terem seus poderes e habilidades. Por mais que suas emoções afetem o nivel em que eles serão usados, ou até mesmo os deixem "cegos" para não usa-los, enfrentando talvez um ente querido, eles não deixam de os ter por causa de seus sentimentos. No caso dos Lanternas Verde, a força de vontade é o combustível para seus poderes, fato que é completamente anulado, caso o usuário do anel sinta um medo maior do que ele mesmo.
Como uma pessoa que sente medo de multidões, ou de assassinos que ainda são da raça humana teriam força de vontade e coragem para enfrentar inimigos como Atrocitus, Synestro e outros super vilões ?
O medo de Jessica faz com que ela seja uma Lanterna limitada, que não consegue evocar construtos por não ter força de vontade suficiente, o que deixa ela ainda mais apavorada com situações de salvar a terra de problemas muito maiores do que ela. Isso acaba se tornando um paradoxo interminável; quanto mais ela tenta enfrentar os super vilões, mais ela falha, o que a deixa com mais medo e mais longe de superar seus traumas.
Mas onde fica a representatividade nisso tudo?
Vejam bem, para nós que já estamos na casa dos vinte e tantos anos para mais, pode passar batido isso, mas o fato é que, os jovens, principalmente os pré-adolescentes que passam por esses problemas, podem ver em Jessica um espelho de seus medos e ve-la supera-los. Com isso, essas crianças/jovens podem procurar forças para se auto ajudarem e isso eu não digo da boca pra fora. Um exemplo disso é esse que vos escreve,dependente de remédios a mais de uma década e que passou a infância toda procurando um exemplo na ficção que fosse próximo de minha realidade. Sempre fui e sempre serei fã de heróis como Superman, Thor, Homem Aranha e outros, mas eles nunca me deram o conforto de saber que, pessoas com esses problemas, podem ser mais do que "ratos assustados em suas tocas". Corajosos, sempre colocando a vida dos outros acima das deles mesmos, nunca se acuaram por medo do desconhecido, muito menos por medo do que não tem forma.
Jessica é a representante dos esquecidos, e digo isso por sermos as pessoas que sofrem preconceito dentro e fora de casa, preconceito até de nós mesmos, que nos julgamos mal por termos um problema que aos olhos dos outros parece simples, mas não é.
É claro que, não estou aqui para dizer que um problema emocional merece mais destaque e "compaixão" dos autores. É apenas um ponto que venho dividir com vocês, sobre a imensa felicidade que senti e o que pensei sobre ver uma personagem que tem os problemas não só iguais aos meus, mas iguais aos de pessoas do mundo todo e que até hoje não são compreendidos. Ouso dizer que menos de 20% da população mundial nunca teve um pensamento equivocado sobre isso.
Mas confesso que ver uma personagem com tanto potencial surgir como exemplo para as pessoas que sofrem de problemas de ansiedade e síndrome do panico, para mim, foi mais que gratificante, foi mais uma vitória das muitas que a humanidade ainda irá conseguir no quesito de entender o próximo
Por mais que muito irão dizer que isso não é representatividade, que pessoas que sofrem disso não sofrem preconceito, vai um aviso. Assim como eu, não sei como é sofrer preconceito por ser gay ou mulher, quem não tem esses problemas não sabe como é difícil o dia a dia de quem é "escravo" dessas doenças e como os preconceitos atrapalham e muito, não só a vida dessas pessoas, como a melhora também.
Mas como Jessica adquiriu esses problemas ?
Após ela e seus amigos testemunharem um assassino enterrando sua vítima, eles foram perseguidos pelo assassino, que matou todos seus amigos. Jessica se escondeu durante várias horas até ter certeza que estava a salvo. A experiência foi tão negativa e traumatizante para a jovem, que ela adquiriu Síndrome do Panico e TAG desde então, vivendo com medo de tudo e todos, se trancando em seu apartamento (literalmente), se excluindo de círculos sociais e se afastando até mesmo de sua família.
E como ela se tornou uma Lanterna ?
Na Terra 3 da DC, o planeta ficou sob o poder do Sindicato do Crime e um de seus integrantes, o Anel Energético acabou falecendo e assim como os anéis do universo original fazem, saiu a procura de um substituto. Mas ao invés de procurar alguém com força de vontade para combater qualquer obstáculo, o anel procurou a pessoa que mais possuía medos e não os encarava, achando assim Jessica. Não só seus medos, mas eles somados a sua raiva por ver seus amigos morrerem e não fazer nada foi o que de fato trouxe o anel até ela, fazendo dela até então uma vilã, mas com a ajuda do Batman, ela conseguiu superar a entidade por trás dos poderes do anel, tornando assim uma membro da tropa dos lanternas verde.
Mas por que escolheram o mando de Lanterna Verde para representar alguém com esses problemas ?
Pensem comigo. Personagens como Superman, Batman, Mulher Maravilha, Flash, Aquaman e muitos outros, não dependem de suas emoções para terem seus poderes e habilidades. Por mais que suas emoções afetem o nivel em que eles serão usados, ou até mesmo os deixem "cegos" para não usa-los, enfrentando talvez um ente querido, eles não deixam de os ter por causa de seus sentimentos. No caso dos Lanternas Verde, a força de vontade é o combustível para seus poderes, fato que é completamente anulado, caso o usuário do anel sinta um medo maior do que ele mesmo.
Como uma pessoa que sente medo de multidões, ou de assassinos que ainda são da raça humana teriam força de vontade e coragem para enfrentar inimigos como Atrocitus, Synestro e outros super vilões ?
O medo de Jessica faz com que ela seja uma Lanterna limitada, que não consegue evocar construtos por não ter força de vontade suficiente, o que deixa ela ainda mais apavorada com situações de salvar a terra de problemas muito maiores do que ela. Isso acaba se tornando um paradoxo interminável; quanto mais ela tenta enfrentar os super vilões, mais ela falha, o que a deixa com mais medo e mais longe de superar seus traumas.
Mas onde fica a representatividade nisso tudo?
Vejam bem, para nós que já estamos na casa dos vinte e tantos anos para mais, pode passar batido isso, mas o fato é que, os jovens, principalmente os pré-adolescentes que passam por esses problemas, podem ver em Jessica um espelho de seus medos e ve-la supera-los. Com isso, essas crianças/jovens podem procurar forças para se auto ajudarem e isso eu não digo da boca pra fora. Um exemplo disso é esse que vos escreve,dependente de remédios a mais de uma década e que passou a infância toda procurando um exemplo na ficção que fosse próximo de minha realidade. Sempre fui e sempre serei fã de heróis como Superman, Thor, Homem Aranha e outros, mas eles nunca me deram o conforto de saber que, pessoas com esses problemas, podem ser mais do que "ratos assustados em suas tocas". Corajosos, sempre colocando a vida dos outros acima das deles mesmos, nunca se acuaram por medo do desconhecido, muito menos por medo do que não tem forma.
Jessica é a representante dos esquecidos, e digo isso por sermos as pessoas que sofrem preconceito dentro e fora de casa, preconceito até de nós mesmos, que nos julgamos mal por termos um problema que aos olhos dos outros parece simples, mas não é.
É claro que, não estou aqui para dizer que um problema emocional merece mais destaque e "compaixão" dos autores. É apenas um ponto que venho dividir com vocês, sobre a imensa felicidade que senti e o que pensei sobre ver uma personagem que tem os problemas não só iguais aos meus, mas iguais aos de pessoas do mundo todo e que até hoje não são compreendidos. Ouso dizer que menos de 20% da população mundial nunca teve um pensamento equivocado sobre isso.
Mas confesso que ver uma personagem com tanto potencial surgir como exemplo para as pessoas que sofrem de problemas de ansiedade e síndrome do panico, para mim, foi mais que gratificante, foi mais uma vitória das muitas que a humanidade ainda irá conseguir no quesito de entender o próximo
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